11/02/2010

O rapaz e as estrelas-do-mar

"Um homem sábio fazia um passeio pela praia, ao alvorecer. Ao longe avistou um jovem rapaz que parecia dançar ao longo das ondas. Ao se aproximar, percebeu que o jovem pegava estrelas-do-mar da areia e as atirava de volta às águas. Então o sábio lhe perguntou:
- O que você está fazendo?
- O sol está subindo e a maré esta baixando, se eu não as devolver ao mar, morrerão.
- Mas, meu caro jovem, há quilômetros e quilômetros de praias cobertas de estrelas-do-mar... isso não vai fazer qualquer diferença.
O Jovem se curvou, apanhou mais uma estrela-do-mar e atirou-a carinhosamente de volta ao mar, para além da arrebentação das ondas.
-Fiz a diferença para essa aí, disse o rapaz.
Na manhã seguinte havia duas pessoas jogando estrelas-do-mar de volta ao mar."



Trata-se de um texto de Loren Eiseley, cientista e poeta, sobre um Jovem Rapaz e a Estrela do Mar, que meu tio Agenor de Lorenzi, que mora na cidade de Batatais/SP, me enviou sobre a última publicação.

MUITAS PESSOAS JOGARAM ESTRELAS DO MAR na última sexta-feira comigo. Primeiramente, gostaria de agradecer à todos que contribuíram, direta ou indiretamente na arrecadação de material escolar para algumas crianças da comunidade Frei Damião, dentre eles, os proprietários da pousada onde morei quando atuei na região das praias - Geraldo e Adria - meus tios Agenor e Elisete, meus padrinhos José e Iracema, o Sr. Jario - da Contabilidade Eldorado em Palhoça - minha amiga Vanessa Baggio de Criciúma e demais pessoas que entregaram materiais escolares no Jornal Palavra Palhocense. Agradeço também, à minha mãe e meu especial amigo Marcos Weigartner, natural de Palhoça e que foi professor na escola da comunidade, onde me ajudou a selecionar as crianças.

A entrega foi emocionante... os olhares fascinantes das crianças quando recebiam os materiais escolares, mostrando para as mães. Cada um com a promessa de estudar bastante e eu, em contrapartida, em levar a foto feita com cada um deles de presente...














No mês seguinte retorno ao trabalho e fico somente mais um mês na região que compreende a comunidade Frei Damião, mas certamente, independente do futuro lugar em que eu assumir, quero estar próximo e presente para ajudar o pessoal tão esquecido desta região.
Grande abraço e até a minha volta!




01/02/2010

Trabalho de formiguinha

É muito gratificante saber que a idéia de um simples blog, contando situações "diferentes" do cotidiano do trabalho, se tornasse uma ferramenta de extrema utilidade onde podemos ajudar muitas pessoas.

Digo isso, pois um dos jornais locais de Palhoça - cidade onde trabalho - chamado Palavra Palhocense, publicou fotos que fiz na comunidade Frei Damião e uma reportagem sobre este blog e meu trabalho naquela "abandonada" região.

Recebi muitas mensagens, tanto de apoio, quanto de críticas.

As de apoio, são de amigos, familiares - já habituais leitores - bem como de pessoas residentes na cidade de Palhoça que leram a reportagem e, assim como eu, ficaram sensibilizados por conta do lugar e das pessoas onde eu atuo, inclusive querendo ajudar - o que agradeço de coração.

Já com relação às mensagens e manifestações de críticas, infelizmente não foram construtivas (o que eu acho de extrema importância). A questão é que algumas pessoas acham que eu não "devo me meter nesse tipo de coisa (ajudar) pois não adianta", e que "não posso querer ajudar todo o mundo" porque esta "não é minha obrigação".

Tá certo. Vamos por partes então...

Ajudar adianta sim, é só pensar na pequena, velha e conhecida frase: "é melhor do que nada". Sem contar que a boa ajuda é aquela onde não se exige nada em troca. Aí eu pergunto: o que quero em troca das pessoas que ajudo(amos) no Frei Damião? Que elas vivam decentemente, nem que seja por alguns minutos, mais nada. Além disso, ajudar pode não ser obrigação minha, mas é dever de qualquer um.

Uma frase no Editorial, na edição do Jornal Palavra Palhocense que é interessante e que sirva de exemplo para os críticos não construtivos de plantão: "(...) pode sim ser um trabalho de formiguinha, pequeno, porém, muito valioso para tantos daqueles moradores (...)"

A questão é que (in)felizmente, não adianta ficar criticando sem ser positivamente. Pelo menos comigo não funciona.

Mudando de assunto...

... e dando continuidade ao "trabalho de formiguinha" - ao qual eu me orgulho muito - selecionei vinte e três crianças, de famílias mais necessitadas na comunidade, para doação de material escolar.

Essa seleção foi feita junto com um amigo meu, Marcos Weingartner, de Palhoça, que já foi professor de educação física na comunidade e me ajudou a identificá-las bem como fazer um orçamento dos materiais para crianças da primeira até sexta série.

Montamos kits de materiais escolares que, possuem dois valores diferentes, conforme a série:

1ª e 2ª série: R$ 13,89
3ª até 6ª série: R$ 14,94

Sendo 23 crianças nas seguintes séries:

1ª série - 04 crianças - R$ 55,56
2ª série - 02 crianças - R$ 27,78
3ª série - 08 crianças - R$ 119,52
4ª série - 02 crianças - R$ 29,88
5ª série - 04 crianças - R$ 59,76
6ª série - 03 crianças - R$ 44,82
TOTAL: R$ 337,32

Ainda, com pagamento à vista, consegui um desconto de 20% sobre o total na loja mais barata, que inclusive fica no bairro Jardim Eldorado, podendo ficar em R$ 269,86. Portanto, quem quiser ajudar pode me mandar um e-mail que resolveremos a melhor forma. E caso o valor arrecadado supere o valor dos materiais, compramos mais e daremos à outras crianças que, com certeza, aparecerão, como aconteceu na distribuição de doces no Natal.

Aliás, faço questão de me acompanharem - independente de puderem ajudar ou não - na entrega dos materiais às mães e às crianças. Isso será na sexta-feira depois do meio-dia mesmo porque será meu último dia de trabalho pois estarei em férias na semana seguinte retornando somente em março.

Certamente, sentirão a sensação gratificante de ver a felicidade no olhar de quem muito precisa de tão pouco.