25/02/2012

Volta às Aulas 2012

Nem mesmo a correria, o calor, o cansaço, o sono, a falta de água e o movimento na nossa região nesta época do ano atrapalhou o nosso objetivo de entregar material escolar às crianças do colégio Frei Damião em Palhoça.

Para quem não sabe, todo o material foi comprado na Papelaria Divisão, no bairro Brejarú, nas proximidades da comunidade Frei Damião onde conseguimos beneficiar 140 (cento e quarenta) crianças, não só do colégio, mas também de famílias que eu conheço e sei que realmente precisam.



























Juntamente com minha mãe Janice e minha tia Ilze, arrumamos todos os kits de material escolar, em pastas e todos iguais.

Inclusive quero agradecer aos 08 (oito) voluntários que se prontificaram, confirmaram por duas vezes na montagem das pastas, não compareceram e, por fim, sumiram. (Cadê vocês?). Mas somente em imaginar a felicidade da criançada, isso não foi problema para que conseguíssemos virar a madrugada.



Com tudo pronto, organizei o carro para seguir rumo à nossa missão...





O começo da entrega:

No dia 15 de fevereiro, junto com Daiana Silva, voluntária também na última campanha de Natal e sempre parceira, fui à escola Frei Damião para a entrega dos kits.

A explicação em cada sala foi a seguinte: informamos que conseguimos uma listagem da direção do colégio com o nome de 100 (cem) crianças que tiraram as melhores notas, tiveram menos falta e que tiveram bom comportamento.

Informamos também que, quem não estivesse na listagem que não ficasse chateado pois a partir daquele momento também estariam participando de uma espécie de gincana, ou seja, a cada bimestre teremos a nota e controle de frequência de todos e NO FINAL DO ANO (será nossa próxima campanha de Natal), as 100 (cem) melhores fariam um "passeio surpresa" no final do ano.

Com isso, criou-se uma certa expectativa em saber onde será o tal passeio (já tenho em mente) além da vontade de querer estudar mais do que o colega da mesa e da sala ao lado.

E por incrível que pareça ninguém achou ruim porque não estava entre os 100 (cem) da relação.




















Em todas as salas que comparecíamos, perguntávamos para a professora se ela conhecia algum outro aluno que, apesar de não estar na listagem, era necessitado de material. A menina das próximas fotos não estava na relação e mostrava - COM ORGULHO - o caderno usado sem capa com poucas folhas que possuía (o único material escolar dela).




 E a entrega continuou...











Por conta da falta de água que afetou boa parte da Grande Florianópolis, inclusive da cidade de Palhoça, a entrega no dia 15/02 foi feita somente no período da manhã.

Como tivemos o feriado de Carnaval, só reiniciamos os trabalhos de entrega no dia 22/02, quarta-feira, retornando em algumas turmas da manhã para encontrar crianças que faltaram no dia 15 e para entregar às crianças do período vespertino.
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Quando estávamos saindo do Frei Damião, encontramos o menino Wesley, com uma garrafinha vazia de refrigerante à procura de água para que sua mãe pudesse fazer o almoço. Aliás, almoço para ele e mais cinco irmãos.


O nome de sua mãe é Dorotéia e eu a conheço porque trabalha com reciclagem numa das ruas mais conhecidas da comunidade onde recebo muitos mandados e sempre me ajuda com informações.
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Na ocasião - conversando com ela - soube que ainda não tinha comprado material escolar para os filhos e por conta disso, deixamos um kit para cada um.
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Pronto, resolvido.



A segunda entrega:


Depois do Carnaval, no dia 22, no período da tarde retornamos para a entrega aos alunos do período da tarde e aqueles que não estavam no período da manhã na vez anterior.




















Mesmo com o retorno das aulas depois do Carnaval, muitas crianças ainda não tinham ido para a aula. Sem contar que na primeira vez que fomos, no dia 15, o quinto ano estava sem aula por falta de professor.

Na segunda vez, não teve aula porque a professora nova estava ausente porque foi fazer sua documentação, por isso, voltamos no dia 23


A terceira entrega:


Desta vez, além da Daiana Silva, foi também meu amigo Paulo Henrique Dias, que por sua vez, é Assistente Social em Campinas/SP e também faz importantes trabalhos sociais por lá.






Durante toda a campanha, desde que começamos a entregar o material escolar, infelizmente pude verificar o descaso do poder público naquela escola (provavelmente nas demais escolas não deve ser diferente).
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Na primeira visita, um caos total, sem merendeiras, sem o pessoal da limpeza e alunos ociosos por falta de professores.





Outro grande problema: para fazermos a campanha, no começo de janeiro deste ano solicitamos uma lista de alunos com a secretaria de educação da cidade (quem pediu foi Daiana, pessoalmente) e depois de tudo pronto, quando fomos entregar todo o material, a surpresa: a lista era do ano passado.
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Antes de irmos pela terceira vez, a Daiana foi mais uma vez para solicitar a lista atualizada dos alunos para que pudéssemos verificar quem na lista errada estava matriculado naquela escola. Em vão, porque "a relação ainda não estava digitada".
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Os professores e a diretora não sabiam realmente quem estava em sala de aula. Por isso tantas idas e vindas na escola para entregar tudo.





Por fim, mesmo com tantas idas e vindas e dificuldade para a entrega do material escolar, tivemos a certeza de que conseguimos fazer a felicidade de muitas crianças.


A surpresa, o sorriso e principalmente o abraço das crianças, são pequenas atitudes que não tem preço e é por tudo isso que todo o trabalho vale muito a pena.




MISSÃO CUMPRIDA!